Doar-se o que tem de melhor. Jesus transformou água em vinho e despertou nos presentes à festa de Caná o sentimento de convicção, fé, através de uma fala simplória.
Transformar água e vinho em uma festa. O que há de ressignificar? Estar caminhante com passos doridos na vida e ser chamado a compartilhar de alegrias com os amigos, aí se configura a festa. Porém, compartilhar sem segregações, estarem unidos pelo enlace Maior, aquele que celebra o convite.
A festa é o convite à vida. Todos vocês foram convidados, todos nós somos um dia, e retornamos da Pátria espiritual a beber vinho – simbolicamente o sangue derramado por Jesus. Ao voltar desta Pátria, sem alaridos, trazemos reminiscências, lembranças do caminho sôfrego de antes, de conjecturas internas, acertos e desacertos, luz bendita em tentativa de aprimorar o próprio ser. Isso condiz ao sangue de Jesus, à redenção, ao caminho, à benevolência perante a vida, a fim de espalmar nas vestes do Cristo a lhes pedir o sinal de cura. Trazemos, então, o vinho em carne, em energia vibracional que circunda a cada ser – uma atmosfera banhada em paz e alvor, fulgores da íntima representação da conectividade com o Mestre.
Quando encarna-se, assemelha-se à água limpa, purificada, um pouco mais tratada em condições de ser fonte geradora para nova caminhada. Esta, é a adequação ao pedido encarnatório, à um futuro corpo pueril carregado de insígnias em seus labores conscienciais, mas quando cessa a transição, Jesus transforma esta água em vinho e, assim, o sangue derramado professa novamente às consciências humanas.
O que é conscientizar-se perante isto? É irmanar-se, caminhar sem alaridos, sabendo-se compromissados com a Ordem de Jesus, com o bem, na inclusão social a fim de resguardar o bem em si e nos outros, pois que esta transformação nada mais é do que adentrar no próprio compromisso encarnatório. Recobrar em si a mão espalmada às vestes do Cristo em sua tentação, beber da esponja avinagrada que sorveu Jesus. Acicatada em vida, em sabor de inigualável luta pelas compaixões íntimas, tropeços, afazeres, provas. E, embevecidos de vinho na alma e avinagrado líquido na deglutição da vida, somos filhos do Cristo, aceitando partilhar das relutâncias e ascendências proeminentes da caminhada. Isso significa resgatar, reavivar na memória ecos de um passado, vivenciá-lo, transmutá-lo.
De que tanto falam em relações carmáticas? Nada mais do que a lembrança de odres velhos de vinho em labor a se transformarem em odres novos a fim de não assinalarem a putrefação da luz da vinícula celeste em ti – o resgate da missão com Cristo em ti – o acerto de contas interno – parâmetros arraigados que se salientam, como o líquido pelas frestas do odre em que lhe foi instaurado.
Bebam com mais docilidade a esponja acicatada do vinagre que deram a Cristo. Lembrem-se foram homens que o tentaram e zombaram de sua magnitude em luz, pois que estarão neste patamar – a zombar e entulhar esponjas aos irmãos e a recebê-las através de embrionários pensamentos teus.
Recebam-nas de bom agrado, pois que fazem-te ser de luz, trabalham-te o paladar pela absorção do que vem à tua vida. E, assim, celebram, em conjunto, a transformação da água purificada em vinho irradiado pelas mãos do Cristo.
Um amigo.
20 de outubro de 2010
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