Convidamos a todos ao amor, à fraternidade, ao olhar interior, à paz, alegria e aos sorrisos vastos e fartos como cócegas de luz à lucidez do viver! Que Jesus os abençoe!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mãos

"... Mostrou-lhes as suas mãos..." - (JOÃO, 20:20.)

Reaparecendo aos discípulos, depois da morte, eis que Jesus, ao se identificar, lhes deixa ver o corpo ferido, mostrando-lhes destacadamente as mãos...
As mãos que haviam restituído a visão aos cegos , levantado paralíticos, curado enfermos e abençoado velhinhos e crianças, traziam as marcas do sacrifício.
Traspassadas pelos cravos da cruz, lembravam-lhe a suprema renúncia.
As mãos do Divino Trabalhador não recolheram do mundo apenas calos do esforço intensivo na charrua do bem. Receberam feridas sanguinolentas e dolorosas...
O ensinamento recorda-nos a atividade das mãos em todos os recantos do Globo.
O coraçao inspira.
O cérebro pensa.
As mãos realizam.
Em toda parte, agita-se a vida humana pelas mãos que comandam e obedecem.
Mãos que dirigem, que constroem, que semeiam, que afagam, que ajudam e que ensinam... E mãos que matam, que ferem, que apedrejam, que batem, que incendeiam, que amaldiçoam...

Todos possuímos nas mãos antenas vivas por onde se nos exterioriza a vida espiritual.
Reflete, pois, sobre o que fazes, cada dia.
Não olvides que, além da morte, nossas mãos exibem os sinais da nossa passagem pela Terra. As do Cristo, o Eterno Benfeitor, revelam as chagas obtidas na divina lavoura do amor. As tuas, amanhã, igualmente falarão de ti, no mundo espiritual, onde, interrompida a experiência terrestre, cada criatura arrecada as bênçãos ou as lições da vida, de acordo com as próprias obras.
Emmanuel do livro Fonte Viva p. 397-398

Transformação

Na mensagem intitulada "Transformação", do livro Vinha de Luz, psicografado pelo médium Chico Xavier, Emmanuel, no trecho final, nos diz: "Ninguém parte ao chamado da VidaEterna senão para transformar-se.
Morte do corpo é crescimento espiritual.
O túmulo numa esfera é berço em outra.
E, como a função da vida é renovar para a perfeição, transformemo-nos para o bem, desde hoje."
Prestando um pouco mais de atenção no cotidiano dos dias, podemos, claramente, perceber o quanto a vida é dinâmica em si mesma. Nada permanece estático. Fazemos, às vezes, força para ficarmos parados; o convite, no entanto, é sempre ao crescimento, aperfeiçoamento constante.
A natureza nos mostra isso, a todo momento. Não é necessário esperar a morte do corpo físico para nos transformarmos; mesmo porque, Kardec nos demonstrou essa realidade através da codificação espírita. O relato dos inúmeros espíritos que se manifestaram, àquela época, deixou bem claro – após a morte, permanecemos tais quais somos (ou éramos). Igualmente, hoje temos acesso a esse fato, através das comunicações mediúnicas sérias.
Assim, desse modo, não nos nascem asas ao desencarnarmos. Se quisermos chegar ao plano espiritual harmonizados, equilibrados e não tão perturbados, comecemos a nos empenhar desde agora. Lembremos que isso representa conquista; jamais um privilégio. 
 
Fonte: http://dimensoes-espiritismo.blogspot.com/2009/02/transformacao.html
 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

PEREGRINO

        
          O Servo do Senhor te saúda em paz e pela paz aqui campinamos.
          Campineiros do Mestre Jesus, seguimos a sua orientação, o seu caminho de peregrino pelo simples ato de peregrinar. As peregrinações não são tão simplórias assim. Há de se ter força nos pés, convicção. Ter os olhos despidos de preconceitos porque ao caminhar encontraremos diversidades de mundos e todos eles pertencem a um mesmo Pai, existem a um mesmo fim: achar a luz.
          O peregrino, em sua candura, tendo suor escorrido pelos olhos pela força de sua vontade é um servo do Senhor. Pega o cajado de madeira, a forquilha em que segura e atenua suas pegadas, e procura mapeando com a vivência dos pés, o melhor solo para sentar-se e plantar, arar a terra com a luz vindoura da constelação celeste. Quando um peregrino caminha, ele está disposto a pegar sol, a pegar chuva, vento e tempestade. Ele se dispõe a viver o que o caminho lhe der, não fica escolhendo demais, apenas pede forças ao Cristo, a Deus que o gerou e segue em sua fé, caminhante em busca de lugarejos onde possa se refastelar com o dom da natureza – a água límpida, o sol brilhante. E quando nestes lugares chega, finca o pé. E aí então é que começa uma nova jornada. Fincar o pé é descobrir os entrecaminhos daquela passagem, meus filhos. Fincar o pé é caminhar sobre as pedras, atravessá-las, correr de escorpião que fica na espreita na fresta das pedras e saber se curar do veneno caso for picado porque um bom peregrino tem o maior e melhor remédio de que pode dispor – a Deus e a sua fé constante. É nela que tem que se agarrar, se valer, fazer valer o dia de sol ou de chuva que enfrentou. O peregrino sabe que tudo é passageiro. Ele chora também, ele sofre, ele clama, se revigora com os raios de sol após uma noite fria e escura, filha, mas nunca reluta e se entrega fácil à desistência ou à teimosia. Teimosia de peregrino é perseverança. Perseverança e fé e ele deixa que isso p conduza. Nessa condução ele realiza a rota da vida, da vida alegre com Jesus.
          Não meçam o quanto hão de caminhar, nem por onde. Deixem que seus corações os guiem, pois só esse recebe o afeto guardado do raio de luz dado por Jesus à tua semente. Semelhança com o Pai, Criador e criatura, almejando brilhar, regozijar da fartura de luz, assentam-se em trabalho.
          Trabalho de fé e calmaria, porque nada com pressa sucede, filha. Trabalho com luz é igual garimpo na serra que nego velho trabalhou. Tira muita sujeira, poeira que só serve para atrapalhar os olhos, tira pedaço de pedra bruta cheio de pedaços de outras pedras à volta e aí então é que pega a ferramenta, o martelinho e se esculpe, se tira, se faz a cirurgia da pedra, tira o que tem dentro, que é a pedra azul, vermelha ou amarela; é a pedra mais importante da mineração, a essência que vem da terra. Por isso meus filhos, quando forem garimpar, sigam o coração com intento a Jesus, igual ao nego velho, devagar filhos, sem aflição, mas com firmeza nas mãos, seja segurando um torete de madeira, um toco ou um cajado. Adestrem mais a vontade a fim de sentir melhor o que vem a ser a simplicidade do apelo do Cristo.
          Cristo não tinha nada de material, meus filhos e salvou a humanidade, a todos nós, ele era o enviado. E todos nós somos seus filhos, enviados por ele, também não precisamos da materialidade, precisamos do coração porque quando o coração é cordial, o corpo sente e agradece o gesto de bondade seus e de misericórdia do Pai em agraciar um encontro de luz.
           Vai peregrinando, seguindo Jesus, mas não precisa esconder os seus olhos de si mesmos. Busquem a sabedoria de saberem lidar consigo mesmos, com seus probleminhas, artíficies da vida moderna, artíficies da angústia da alma, velejadores de barcos distantes, carrancudos. Procurem conhecer a si mesmos, assim caminham com os olhos mais abertos sem os véus da maldade, da ilusão, da vaidade, arrogância, desconfiança dentre tantas outras coisas que ocupam lugar no espírito ao invés dos olhos puros da luz.
          Peregrinem meus filhos, com mais amor e esperem nos refolhos da alma, o congraçamento com a força do Divino Salvador. Ele lhes responderá.
          Que a fé de Jesus Cristo esteja com vocês.
          Nego velho se despede pedindo paz e luz às estrelas do céu para lhes conduzir.
         Que as Três Marias benditas tenham a força do raio do manto da Mãe Suprema sobre seus filhos encarnados na face da mãe Terra.

Um amigo

16 de dezembro de 2010

A CRUZ


       
          O eixo vertical leva-te à luz, o eixo horizontal leva-te ao destino. Destino o qual traças em completa corrigenda por tuas atitudes passadas - mordazes ou salutares, existirão sempre em ressonância no teu porvir. O eixo vertical eleva-te a face, cumpre o legado que a Divindade te retransmitiu. Valorizar a dulçurosa gaia mão não limita teus pés. Enxameia teu ser de brilhos de luz, sensatos, benignos, provenientes de tua fé e de teus acertos. Em determinados momentos, há de se concentrar adiante, no eixo horizontal – o que nutre valiosamente teus passos – paradigmas conflituosos exasperam-te, porém calorosa luz aguarda-te no regaço do Mestre por atravessares esta estrada. Dulcificas os olhos, os odores, os valores, a percepção. Realizas o eixo da cruz em teu caminho.
          Caminhar junto à cruz compreende sentires também esta forma em teu ser, em tua vivência. Conexão ampla com o Alto, conexão plena com o presente e o porvir.
          Adiante, andarilhos, de pés descalços na relva fresca, no amargor dos dias ou no fulgor das horas, adiante, sigam! Pés conduzem-te em moradas particulares. Pés conscienciais – estes, alinham-te ao eixo vertical – esta é a cruz que aprumas em teu ser nas lutas com convicção de fazeres novos momentos. Santifique esta cruz como elemento sagrado de salvação. O orgulho dito santo é daquele que cumpre seu dever perante as pradarias do Mestre.
         Ter honras de amor, fazer juz à luz porque percorreu qual cavaleiro andante, em brava coragem, destemido, sem desassossego perante ao que possa encontrar, mas sereno por ali estar a segurar a sua cruz ao invés da lança e jorrar em prantos, palavras ao Alto: Mestre, faz-me teu guerreiro, teu obreiro – encantador em benécias, auxiliador de tuas obras.
         Caminhe com prudência a resgatar o discurso exaltado pela vontade e sigas assim o teu destino – caminhar nos verdes prados de Nosso Senhor Jesus.
          A cavalaria desmonta e, em gesto de humildade e fé, encoraja-se e agradece ao Pai Supremo - Deus Celeste das abóbadas serenas celestiais.
          Em nome do Pai, Filho, Espírito Santo. Amém.
          Em cruz, agradeço. Em cruz me despeço. Aqui, encontra-se um filho teu, Senhor.
          Polarize a luz em tuas nações, meu Senhor, perpetue o bem celeste em todos os corações.
Teu servo da Cruz.

Um amigo.

11 de novembro de 2010

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Oração de Agradecimento – Amália Rodrigues e Divaldo Franco

AGRADECEMOS-TE SENHOR, PELA GLÓRIA DE VIVER
PELA HONRA DE AMAR!
MUITO OBRIGADA SENHOR, PELO QUE ME DESTE, PELO QUE ME DÁS!
MUITO OBRIGADA PELO PÃO, PELO AR, PELA PAZ!
MUITO OBRIGADA PELA BELEZA QUE MEUS OLHOS VÊEM
NO ALTAR DA NATUREZA!
OLHOS QUE FITAM O AR, A TERRA E O MAR.
QUE ACOMPANHA A AVE FAGUEIRA QUE CORRE LIGEIRA PELO CÉU DE ANIL,
E SE DETÉM NA TERRA VERDE SALPICADA DE FLORES
EM TONALIDADES MIL!
MUITO OBRIGADA SENHOR PORQUE EU POSSO VER O MEU AMOR!
DIANTE DE MINHA VISÃO, PELOS CEGOS, FORMULO UMA ORAÇÃO.
EU SEI QUE DEPOIS DESTA LIDA, NA OUTRA VIDA,
ELES TAMBÉM ENXERGARÃO!
OBRIGADA PELOS MEUS OUVIDOS QUE ME FORAM DADOS POR DEUS.
OUVIDOS QUE OUVEM O TAMBORILAR DA CHUVA NO TELHEIRO,
A MELODIA DO VENTO NOS RAMOS DO SALGUEIRO,
AS LÁGRIMAS QUE CHORAM OS OLHOS DO MUNDO INTEIRO.
DIANTE DE MINHA CAPACIDADE DE OUVIR, PELOS SURDOS, EU TE QUERO PEDIR;
EU SEI QUE DEPOIS DESTA DOR, NO TEU REINO DE AMOR,
ELES TAMBÉM OUVIRÃO!
MUITO OBRIGADA SENHOR PELA MINHA VOZ
MAS TAMBÉM PELA VOZ QUE CANTA, QUE ENSINA , QUE ALFABETIZA;
QUE CANTA UMA CANÇÃO E TEU NOME PROFERE COM SENTIDA EMOÇÃO!
DIANTE DA MINHA MELODIA QUERO TE ROGAR PELOS QUE SOFREM
PELOS QUE SOFREM DE AFASIA, PELOS QUE NÃO CANTAM DE NOITE
E NÃO FALAM DE DIA.
EU SEI QUE DEPOIS DESTA DOR, NO TEU REINO DE AMOR,
ELES TAMBÉM CANTARÃO!
MUITO OBRIGADA SENHOR PELAS MINHAS MÃOS!
MAS TAMBÉM PELAS MÃOS QUE ORAM, QUE SEMEIAM, QUE AGASALHAM.
MÃOS DE AMOR, MÃOS DE CARIDADE E SOLIDARIEDADE.
MÃOS QUE APERTAM AS MÃOS. MÃOS DE POESIA,
DE CIRURGIA, DE SINTONIA, DE SINFONIA, DE PSICOGRAFIAS…
MÃOS QUE ACALENTAM A VELHICE, A DOR E O DESAMOR!
MÃOS QUE ACOLHEM AO SEIO DO CORPO, UM FILHO ALHEIO, SEM RECEIO.
PELOS MEUS PÉS, QUE ME LEVAM A ANDAR SEM RECLAMAR.
MUITO OBRIGADA SENHOR, PORQUE POSSO BAILAR!
OLHO PARA A TERRA E VEJO AMPUTADOS,
MARCADOS, DESESPERADOS, PARALISADOS…
EU POSSO ANDAR!!! ORO POR ELES.
EU SEI QUE DEPOIS DESSA EXPIAÇÃO,
NA OUTRA REENCARNAÇÃO, ELES TAMBÉM BAILARÃO.
MUITO OBRIGADA SENHOR, PELO MEU LAR!
É TÃO MARAVILHOSO TER UM LAR…NÃO IMPORTA SE ESTE LAR É UMA MANSÃO,
UM BANGALÔ SEJA LÁ O QUE FOR!
IMPORTANTE É QUE DENTRO DELE EXISTA AMOR.
O AMOR DE PAI, DE MÃE, DE MARIDO E ESPOSA,
DE FILHO, DE IRMÃO…
DE ALGUÉM QUE LHE ESTENDA A MÃO,
MESMO QUE SEJA O AMOR DE UM CÃO,
POIS É TÃO TRISTE VIVER NA SOLIDÃO!
MAS SE NÃO TIVER NINGUÉM PARA AMAR, UM TETO PRA ME ACOLHER,
UMA CAMA PARA ME DEITAR… MESMO ASSIM, NÃO RECLAMAREI,
NEM BLASFEMAREI. SIMPLESMENTE DIREI:
OBRIGADA SENHOR, PORQUE NASCI.
OBRIGADA SENHOR, PORQUE CREIO EM TI.
PELO TEU AMOR, OBRIGADA SENHOR!


Mensagem de Eurípedes Barsanulfo

“Não basta querer saber, é necessário viver a nossa crença, isto é, fazer penetrar na prática cotidiana da vida os princípios superiores que adotamos.”
São palavras de Léon Denis que estão registradas no seu livro “O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR”
Não basta crer nem saber – crer e saber, os dois estágios avançados da fé. O crer é o primeiro estágio. O saber é o estágio definitivo em que não apenas acreditamos em algo, em que não apenas temos fé em alguma coisa, mas, sim, sabemos. Temos a certeza por uma experiência pessoal, intransferível.
Sabemos.
Não basta crer nem saber – os dois estágios ainda não são suficientes para que alguém possa estar na plenitude do testemunho cristão.
É mais do que isto, conforme enfatiza Léon Denis – é necessário viver. Viver a nossa crença, fazer penetrar na prática cotidiana da vida os princípios superiores que adotamos. Aí sim, teremos aliado a certeza, o saber, a fé, enfim lúcida, racional com a ação, com a conduta, com a vivência.
Isto, meus filhos, é a condição “sine qua non” de uma Casa Espírita: a parte teórica e a vivência. A vivência como um todo na própria coletividade da Casa e de cada um “per si”.
De cada um daqueles que a constituem, que representam, no plano físico, a diretoria material, representante daquela outra existente no plano espiritual que assessora, orienta, direciona, inspira, sustenta.
Essa vivência, o testemunho de cada dia é realmente a parte decisiva que vai conferir maturidade o grupo, à Casa.
Os alicerces materiais podem já estar estruturados, a Casa Física pode até mesmo já estar construída, acabada, no seu aspecto físico, mas a Casa Espiritual se constrói dia a dia, diuturnamente, nessa vivência que deve ser aquela que o evangelho do Cristo nos aponta e que doutrina espírita revivescer.
Então surgem as dificuldades.
Todos vocês, todos nós, não ignoramos essas dificuldades, nós as conhecemos e sabemos quão difícil é, muitas vezes, vivenciar numa equipe lado a lado e vencer os percalços, as idiossincrasias, as querelas que surgem, que despontam aqui e ali por força das circunstâncias, por força das nossas próprias falhas humanas, dos nossos pontos deficientes, nas arestas que necessitamos burilar.
Portanto, meus filhos, o amor deve ser a base, a estrutura, a argamassa em que se levantam as paredes, tijolo por tijolo no plano espiritual – na argamassa do amor para que cada tijolo que for colocado, assentado, seja realmente representativo desse sentimento.
A tolerância, a compreensão, a solidariedade, o caminhar junto, aprender a ouvir o outro, respeitar, a ética – são expressões do amor, que se manifesta de uma forma ou de outra. E a caridade, a caridade por excelência tudo isso, são expressões que devem existir e caminhar a cada momento, como a fé que existe em nós, esta certeza a se consubstanciar materialmente no dia-a-dia.
Os percalços existem, existirão, surgirão, porém, se houver amor, se houver o sentimento da caridade, o velho sentimento da caridade, saberão vencer, superar e prosseguir.
Estejam certos que Léon Denis está realmente acompanhando, inspirando e orientando essa trajetória que ora se inicia.
É bom assim, meus filhos, que ela se inicie simplesmente, humildemente, o número não importa, a qualidade, o sentimento, as intenções, isto sim, é que conta realmente.
É preferível caminhar agora de uma pequena semente do que tentar começar com algo maior, talvez grandioso para as aparências mundanas mas que repreende apenas uma imagem falsa, numa aparência que se diluiu ao contato das dificuldades que surgem a cada momento.
Começar do começo, começar anonimamente, talvez, para que se projete no futuro, porque o nome de Léon Denis é, por si só, um farol a iluminar as trevas. E a casa que surge com este nome representará o seu patrono no plano físico.
Que vocês possam fazer da melhor forma possível, caminhando com amor, de mãos dadas, com compreensão. Ah, como necessitarão de exercitar tudo isto dia a dia, hora a hora, minuto a minuto. Mas conseguirão, por que já trazem uma folha de serviços e já estão com o Ideal Maior a norteá-los.
Jesus muito espera do bom trabalhador.
São os trabalhadores das horas últimas, são aqueles que vêm e vêm cumprir uma jornada que irá representar talvez mais do que os que iniciaram no alvorecer, porque terão que se desdobrar afanosamente, mas receberão aquilo que lhes cumpre receber.
Jesus muito espera do servo fiel.
Permaneçamos fiéis ao Cristo. Não tenham receio. Caminhem. Caminhem com entusiasmo, com ânimo, de olhos voltados para o futuro, para o amanhã que não tarda, para este sol radioso que lhes ilumina desde agora, como ilumina a todos esses dos grupos, esses núcleos que surgem, que já estão no labor, as Casas que já têm uma folha de serviços de dezenas de anos – e que todos juntos formem no nosso grandioso Movimento Espírita.
Que pode apresentar falhas, sim, e apresenta, mas que na verdade está expressando o Ideal Maior da Doutrina Espírita, aquele que Allan Kardec veio trazer e que hoje se faz nas Terras do Cruzeiro como uma realidade abençoada.
Caminhemos juntos, unidos, com amor, com fraternidade, com tolerância. O mestre está à nossa espera.
Filhos queridos estejam em paz, estejam confiantes e permaneçam unidos .
O amor do Cristo nos constrange.
Que possamos um dia, como Paulo de Tarso, dizer: “Trazemos as marcas do Cristo.”
Que importa, portanto, o mundo lá fora? Jesus sabe e nos conhece.
Que essas marcas possam realmente representarem o nosso distintivo, um emblema do trabalhador fiel, do servo fiel.
Jesus nos abençoe e nos guarde na Sua paz.



Mensagem psicofônica recebida pelo médium Suely Caldas Schubert, na noite de 16/06/1993, por ocasião da solenidade de eleição e posse da Primeira Diretoria do IELD, na cidade de Juiz de Fora – MG, do benfeitor espiritual Eurípedes Barsanulfo.

Aos trabalhadores espíritas

Todo conhecimento superior que se adquire visa ao desenvolvimento moral e espiritual do ser. No que diz respeito às conquistas imortais, a responsabilidade cresce na razão direta daquilo que se assimila. Ninguém tem o direito de acender uma candeia e ocultá-la sob o alqueire, quando há o predomínio de sombras solicitando claridade.

A consciência esclarecida, portanto, não se pode omitir quando convidada ao serviço de libertação da ignorância de outras em aturdimento. Somos células pulsantes do organismo universal, e quando alguém está enfermo, debilitado, detido no cárcere do desconhecimento, o seu estado se reflete no conjunto solicitando cooperação. Jesus é o exemplo dessa solidariedade, porque jamais se escusou, nunca se deteve, avançando sempre e convidando todos aqueles que permaneciam na retaguarda para segui-Lo. Esse é o compromisso do ser inteligente na Terra e no Espaço: socorrer em nome do amor os irmãos que se detêm ergastulados no erro, no desconhecimento, na dor… 

A Humanidade, desde priscas Eras, tem recebido a iluminação que verte do Alto. Nunca faltaram os missionários do Bem e da Verdade conclamando à ascensão, à superação das imperfeições morais. Em época alguma e em lugar nenhum deixou de brilhar a chama da esperança em nome de Nosso Pai, que enviou os Seus apóstolos ao Planeta, a fim de que todas as criaturas tivessem as mesmas chances de auto-realização e de crescimento interior. Todos eles, os nobres Mensageiros da Luz, desempenharam as suas atividades em elevados climas de enobrecimento e de abnegação, que deles fizeram líderes do pensamento de cada povo, de todos os povos.

Foi, no entanto, Jesus, quem melhor se doou à Humanidade, ensinando pelo exemplo e dedicação até à morte, e oferecendo carinho até hoje, aguardando com paciência infinita que as Suas ovelhas retornem ao aprisco. Apesar das Suas magníficas lições, o ser humano alterou o rumo da Sua proposta de lídima fraternidade, promovendo guerras de extermínio, elaborando castas separatistas, elegendo ilusões para a conquista do reino terrestre… Sabendo, por antecipação, dessa peculiaridade da alma humana, o Mestre prometeu o Consolador que viria para erguer em definitivo os combalidos na luta, permanecendo com as criaturas até o fim dos tempos…

E o Consolador veio. Ao ser apresentado no Espiritismo, surgiram incontáveis possibilidades de edificação humana, pelo fato de a Doutrina abarcar os vários segmentos complexos e profundos da Ciência, da Filosofia e da Religião, contribuindo em todas as áreas do conhecimento e da emoção para o desenvolvimento dos valores eternos e a conseqüente consolidação do reino de Deus na Terra. Expandindo-se a Codificação kardequiana, as multidões esfaimadas de paz e atormentadas por vários fatores, acercaram-se e continuam abeberando-se na fonte generosa e rica, para serem atendidas, sorvendo os seus sábios ensinamentos.
Quando, porém, deveriam estar modificados os rumos convencionais e estabelecidos a fraternidade, a solidariedade, a tolerância, o trabalho de amor na família que se expande, começam a surgir desavenças, ressentimentos, conflitos, campanhas de perturbação e ataques grosseiros, repetindo-se as infelizes disputas geradas pelo egoísmo e pela vã cegueira das paixões dissolventes, conforme ocorreu no passado com o Cristianismo, destruindo a sementeira ainda não concluída e ameaçando a ceifa que prometia bênçãos. Espíritos uns, possuídos pelo desejo de servir, mergulham no corpo conduzindo expectativas felizes para ampliar os horizontes do trabalho digno, mas vítimas de si mesmos e do seu passado sombrio, restabelecem as vinculações enfermiças, tombando nas malhas bem urdidas de obsessões cruéis, vitimados e perdidos… Outros mais, que deveriam ser as pontes luminosas para o intercâmbio entre as duas esferas vibratórias, açodados na inferioridade moral, comprometem-se com os vícios dominantes no mundo e desertam das tarefas redentoras…

Diversos outros ainda, preparados para divulgar o pensamento libertador, deixam-se vencer pelo bafio do egoísmo e do orgulho que deveriam combater, tornando-se elementos perturbadores, devorados pela ira fácil e dominados pela presunção geradora de ressentimentos e de ódios… A paisagem, que deveria apresentar-se irisada pela luz do amor, torna-se sombreada pelos vapores da soberba e do despautério, tornando-se palco de disputas vis e de promoções doentias do personalismo, longe das seguras diretrizes do legítimo pensamento espírita… Que estão fazendo aqueles que se comprometeram amar, ajudar-se reciprocamente, fornecendo as certezas da imortalidade do Espírito e da Justiça Divina? Enleados pelos vigorosos fios da soberba e da presunção, crêem-se especiais e dotados com poderes de a tudo e a todos agredir e malsinar.

Como conseqüência dessa atitude enferma estão desencarnando muito mal, incontáveis trabalhadores das lides espíritas que, ao inverso, deveriam estar em condições felizes. O retorno de expressivo número deles ao Grande Lar tem sido doloroso e angustiante, conforme constatamos nas experiências vivenciadas em nossa Esfera de atividade fraternal e caridosa… O silêncio em torno da questão já não é mais possível. Por essa razão, anuímos que sejam trombeteadas as informações em torno da desencarnação atormentada de muitos servidores da Era Nova em direção aos demais combatentes que se encontram no mundo, para que se dêem conta de que desencarnar é desvestir-se da carne, libertar-se dela e das suas vinculações, porém, é realidade totalmente diversa e de mais difícil realização.

Felizmente nos confortam o testemunho de inúmeros heróis do trabalho, os permanentes exemplificadores da caridade, a constância no bem pelos vanguardeiros do serviço dignificante, os ativos operários da mediunidade enobrecida e dedicada ao socorro espiritual, os incansáveis divulgadores da verdade sem jaça e sem prepotência que continuam no ministério abraçado em perfeita sintonia com as Esferas Elevadas de onde procedem.

 
Quem assume compromisso com Jesus através da Revelação Espírita, não se pode permitir o luxo de O abandonar na curva do caminho, e seguir a sós, soberbo quão dominador, porque a morte o aguarda no próximo trecho da viagem e o surpreenderá conforme se encontra, e não, como se dará conta do quanto deveria estar melhor mais tarde.

A transitoriedade da indumentária física é convite à reflexão em torno dos objetivos essenciais da vida que, a cada momento, altera o rumo do viajante de acordo com o comportamento a que se entrega. Ninguém se iluda, nem tampouco iluda aos demais. A consciência, por mais se demore anestesiada, sempre desperta com rigor, convidando o ser ao ajustamento moral e à regularização dos equívocos deixados no trajeto percorrido. 

Todos quantos aqui nos encontramos reunidos, conhecemos a dificuldade do trânsito físico, porque já o vivenciamos diversas vezes, e ainda o temos vivo na memória e nos testemunhos a que fomos convocados. Ninguém esteve na Terra em regime de exceção. Apesar disso, bendizemos as dificuldades e as provas que nos estimularam ao avanço e à conquista da paz.

Provavelmente, estas informações, quando forem conhecidas por muitos correligionários, serão contraditadas e mesmo combatidas. Nunca faltam aqueles que se entregam à zombaria e à aguerrida oposição. Os seus estímulos funcionam melhor quando estão contra algo ou alguém. Não nos preocupamos com isso. Cumpre-nos, porém, o dever de informar com segurança, e o fazemos com o pensamento e a emoção direcionados para a Verdade. Como os reencarnados de hoje serão os desencarnados de amanhã, e certamente o inverso acontecerá, os companheiros terrestres constatarão e se cientificarão de visu. Jamais nos cansaremos de amar e de servir, tentando seguir as luminosas pegadas de Jesus, que nos assinalou com sabedoria: Muitos serão chamados e poucos serão escolhidos. Sem a pretensão de sermos escolhidos, por enquanto apenas pretendemos atender-Lhe ao sublime chamado para o Seu serviço entre as criaturas humanas de ambos os planos da vida.

(E Eurípedes Barsanulfo encerra sua mensagem aos espíritas com esta emocionante prece)
 Amantíssimo Pai, incomparável Criador do Universo e de tudo quanto nele pulsa!
 Tende compaixão dos vossos filhos terrestres, mergulhados nas sombras densas da ignorância e do primarismo em que se demoram.

A vossa excelsa misericórdia tem-se consubstanciado em lições de vida e de beleza em toda parte, convidando-nos, estúrdios que somos, ao despertamento para a vossa grandeza e sabedoria infinita. Não obstante, continuamos distraídos, distantes do dever que nos cabe atender.

Apiedai-vos da nossa pequenez e deixai-nos sentir o vosso inefável amor, que nos rocia e quase não é percebido, a fim de alterarmos o comportamento que vimos mantendo até este momento.

Enviaste-nos Jesus, o inexcedível Amigo dos deserdados e dos infelizes, depois de inumeráveis Mensageiros da Luz, ouvimos-Lhe a voz, sensibilizamo-nos com o Seu sacrifício, no entanto, desviamo-nos do roteiro que Ele nos traçou e continua apontando.  Tombando, porém, no abismo, por invigilância e leviandade, tentamos reerguer-nos várias vezes, e nos ajudastes por compaixão, sem que essa magnanimidade alterasse por definitivo nossa maneira de ser durante os séculos transatos.

Permitistes que Allan Kardec mergulhasse no corpo, a fim de desmonstrar-nos a imortalidade da alma, quando campeava a descrença e a cegueira em torno da Vossa Majestade, e também nos fascinamos com o mestre lionês. Logo depois, porém, eis-nos perdidos no cipoal dos conflitos a que nos afeiçoamos, experimentando sombra e dor, esquecidos das diretrizes apresentadas.

No limiar da Nova Era que se anuncia, permiti que vossa luz imarcescível nos clareie por dentro, libertando-nos de toda treva e assinalando-nos com o discernimento para vos amar e vos servir com devotamento e abnegação.
Excelso Genitor, tende piedade de nós, favorecendo-nos com o entendimento que nos ajude a eliminar o mal que ainda se demora em nós, desenvolvendo o bem que nos libertará para sempre da inferioridade que predomina em a nossa natureza espiritual.
Sede, pois, louvado, por todo o sempre, Venerando Pai!

Esta mensagem, de autoria de Eurípedes Barsanulfo, foi extraída do livro Tormentos da obsessão, ditado pelo espírito Manoel P. de Miranda ao médium Divaldo Pereira Franco (Livraria Espírita Alvorada, 2001, p. 316/323).  Narra Manoel P. de Miranda que a mensagem foi endereçada aos trabalhadores espíritas, na casa de Barsanulfo, em uma reunião fraternal, na comunidade dirigida pelo mesmo, onde existem algumas organizações dedicadas à educação, como o Educandário Allan Kardec, e ao tratamento dos problemas da alma, como o Hospital Esperança.

Semear o Bem

Aquele que grafa uma página edificante, semeia um bom exemplo, educa uma criança, fornece um apontamento confortador, entretém uma palestra nobre ou estende uma dádiva, recolherá, cem por um, todos os grãos de amor que lançou na sementeira do Eterno Bem, laborando com a Vida para a alegria sem fim.


Eurípedes Barsanulfo
Psicografia de Chico Xavier. Do livro Caminho Espírita

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Novas Responsabilidades

Filhos da alma: que Jesus nos abençoe.

O século XXI continua guindado à mais alta tecnologia desbravando os infindáveis horizontes da ciência.

Antigos mistérios do conhecimento são desvelados. Enigmas, que permaneciam incompreensíveis, são decifrados e o materialismo sorri zombeteiro das mensagens sublimes do amor.

Paradoxalmente, os avanços respeitáveis dessas áreas do intelecto não lograram modificar as ocorrências traumáticas que têm lugar no orbe, na atualidade. No auge das conquistas das inteligências, permanecem as convulsões sociais unidas às convulsões planetárias no momento da grande transição que passa a Terra amada por todos nós.

De um momento para outro, uma erupção vulcânica arrebenta as camadas que ocultam o magma, e as cinzas – atiradas acima de 10 mil metros da superfície terrestre – modificam toda a paisagem europeia ameaçando as comunicações, a movimentação, enquanto se pensa em outras e contínuas erupções que podem vir assinaladas por gases venenosos ou por lava incandescente... Fenômenos de tal monta podem ser detectados, mas não impedidos, demonstrando que a vacuidade da inteligência não pode ultrapassar a sabedoria das leis cósmicas estabelecidas por Deus.

E Gaia – a grande mãe planetária– estorcega, enquanto na sua superfície a violência irrompe em catadupas, ameaçando a estabilidade da civilização: política, econômica, social e, sobretudo, moral, caracterizando estes como os dias das antigas Sodoma e Gomorra das anotações bíblicas...

Poder-se-ia acreditar que o caos seria a conclusão final inevitável, entretanto, a barca terrestre que singra os horizontes imensos do cosmo não se encontra à matroca.

Jesus está no leme e os Seus arquitetos divinos comandam os movimentos que lhe produzem alteração da massa geológica, enquanto se operam as transformações morais.

Iniciada a era nova, surge, neste mesmo século XXI, o período prenunciador da paz, da fé religiosa, da arte e da beleza, do bem e do dever.

Assinalando esse período de transformação estamos convidados, encarnados e desencarnados, a contribuir em favor do progresso que nos chega de forma complexa, porém bem direcionada.

Avancemos com as hostes do Consolador na direção do porto do mundo de regeneração.

Sejam os nossos atos assinalados pelos prepostos de Jesus, de tal forma que se definam as diretrizes comportamentais.

...E que todos possam identificar-nos pela maneira como enfrentaremos dissabores e angústias, testemunhos e holocaustos, à semelhança dos cristãos primitivos que viveram, guardadas as proporções, período equivalente, instaurando na Terra o Evangelho libertador, desfigurado nos últimos dezessete séculos, enquanto, com Allan Kardec, surgiu o Consolador trazendo-nos Jesus de volta.

É compreensível, portanto, que os Espíritos comprometidos com o passado delituoso tentem implantar a desordem, estabelecer o desequilíbrio das emoções para que pontifique o mal, na versão mitológica da perturbação demoníaca. Em nome da luz inapagável daqueles momentosos dias da Galileia, particularmente durante a sinfonia incomparável das bem-aventuranças, demonstremos que a nossa é a força do amor e as nossas reflexões no mundo íntimo trabalham pela nossa iluminação.

Nos dias atuais, como no passado, amar é ver Deus em nosso próximo; meditar é encontrar Deus em nosso mundo íntimo, a fim de espargir-se a caridade na direção de todas as criaturas humanas.

Trabalhar, portanto, o mundo íntimo, não temer quaisquer ameaças de natureza calamitosa através das grandes destruições que fazem parte do progresso e da renovação, ou aquelas de dimensão não menos significativa na intimidade doméstica, nos conflitos do sentimento, demonstrando que a luz do Cristo brilha em nós e conduz-nos com segurança.

A Eurásia, cansada de tantas guerras, de destruição, da cegueira materialista, dos contínuos holocaustos de raças e de etnias, de governos arbitrários e perversos, clama por Jesus, como o mundo todo necessita de Jesus. Seus emissários, de Krishna a Bahá’u’lláh, de Moisés a Allan Kardec, de Buda aos peregrinos da não violência, de Maomé aos pacificadores muçulmanos, todos esses, ministros de Jesus, preparam-lhe, através dos milênios, o caminho para que através do Consolador – mesmo sem mudanças de diretrizes filosóficas ou religiosas – predomine o amor.

Sejam celebradas e vividas a crença em Deus, na imortalidade, nas vidas ou existências sucessivas, fazendo que as criaturas deem-se as mãos construindo o mundo de regeneração e de paz pelo qual todos anelamos...

Jesus, meus filhos, ontem, hoje e amanhã, é a nossa bússola, é o nosso porto, é a nave que nos conduz com segurança à plenitude.

Porfiai no bem a qualquer preço. Uma existência corporal, por mais larga, é sempre muito breve no relógio da imortalidade. Semeai, portanto, hoje o amor, redimindo-vos dos equívocos de ontem com segurança, agora, na certeza de que estes são os sublimes dias da grande mudança para melhor.

Ainda verteremos muito pranto, ouviremos muitas profecias alarmantes, mas a Terra sairá desse processo de transformação mais feliz, mais depurada, com seus filhos ditosos rumando para mundo superior na escalada evolutiva.

Saudamo-vos a todos os companheiros dos diversos países aqui reunidos, e em nome dos Espíritos que fazem parte da equipe do Consolador, exoramos ao Mestre inolvidável que prossiga abençoando-nos com Sua paz, na certeza de que com Ele – o amor não amado – venceremos todos os obstáculos.

Muita paz, filhos da alma e que Jesus permaneça conosco.

São os votos do servidor paternal e humílimo de sempre,

Bezerra de Menezes

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mensagem sobre a leitura de “Futuro” – Emmanuel p.163 do livro Seara dos Médiuns


Sabendo-te na feitura de melhor plantio, saberás-te em boa colheita.
Renegando-te a natureza interna, que te foi ofertada, a semear e cuidar do pomar, saberás encontrar-te em sofridas conseqüências causadas por teus próprios atos.
O ser já é programado em seu coração por suas responsabilidades, atenta-se longinquamente como arauto de sua evolução, só dispersa sua força quando é capaz de devanear acerca de si.
Ao invés de procurar no próximo o parâmetro de tua construção, procura em si mesmo e faz-te terra produtiva, onde brotam flores e frutos, mas na hora de capinar o mato, tenha fortaleza nos braços. Braços sãos auxiliam a limpeza do terreno com mais suavidade. Põe-te em tudo o que fazes com afinco e compromisso, ressaltando o dever para consigo, para com Cristo, de elevar-te e assim, ao teu caminho e aos teus, irmãos de conduta terrestre.
Capinem e façam solo plano tratado, irrigado pelas mãos do Cristo. Amém.
Uma amiga
25 de outubro de 2010

ORAÇÃO NO TEMPLO DA CARIDADE

Senhor!

No templo que nos concedeste para a sustentação dos nossos ideais de fé, permite que Te possamos corresponder aos objetivos sagrados, dedicando-nos com fervor e abnegação.

Honrados pelo Teu convite a engrossar as fileiras dos que trabalham contigo, multiplica em nossas mãos as sementes luminosas da caridade, a fim de que os nossos celeiros não permaneçam vazios de claridade.

Colocados na Terra que merecemos, diante dos obstáculos a transpor e das dificuldades a vencer, faculta-nos a resistência contra as paixões que vivem dentro de nós, de modo a podermos transferir das baixadas em que nos encontramos as aspirações maiores, içando-as ao planalto que anelamos atingir.

Não é esta, Jesus, a primeira vez que Te juramos fidelidade, para logo depois negarmos o compromissos assumido...

Antes, prometemos-Te abnegação total e a apostasia fez-nos recuar da tarefa encetada, que deixamos entregue ao escalracho da incompreensão, ao abandono... Hoje, por compreendermos melhor a destinação que nos é reservada, com a alma túmida de emoções superiores, aprestamo-nos ao labor com que nos honras, não obstante os liames com os compromissos negativos que mantemos com a retaguarda...

Ensina-nos outra vez a servir e a amar, ampliando-nos o horizonte do atendimento, a fim de que a estreiteza da nossa visão não se aperte nos antolhos da nossa mesquinhez egoística.

Benfeitor de todos nós, sustenta-nos na fragilidade sistemática e renova-nos na noite em que nos debatemos, pontilhando-a com nossa luz meridiana que flui do Alto através da Consoladora Doutrina dos Imortais, em que nos engajamos agora, desencarnados e encarnados, constituindo o rebanho de que Te fazes o Bom Pastor!

Ante a nossa impossibilidade de servir-Te, mais e melhor, deixa-nos doar-Te a nossa inutilidade por ser tudo quanto temos.

Suplicamos-Te, também, que, enquanto aljofrem lágrimas na Terra, não nos seja lícito auferir o prêmio de ser feliz, que não merecemos.

Oxalá que as nossas mãos se ergam a serviço do alimento das criancinhas em carência, do irmão em agrura, do próximo em enfermidade, do ser enregelado, da criatura desnuda, concedendo a cada um a baga de amor, que é uma estrela nascente, na noite sombria e dominadora que a todos atemoriza...

Jesus, apiada-Te de nós, no templo que nos facultas para reacender e manter a chama da fé viva!

Torna-nos digno de aqui estar, louvando-Te e amando-Te através do amor aos nossos irmãos da retaguarda.

(Bezerra de Menezes, de “Sementes da Vida Eterna”, de Divaldo Pereira Franco)

Imagem: O Bom Samaritano

Autoperdão

"Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo...”.
““... Porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve, como quereis que Deus esqueça que, cada dia, tendes maior necessidade de indulgência?
(Cap. X, item 15)

Nossas reações frente à vida não acontecem em função dos estímulos ou dos acontecimentos exteriores, mas sim em função de como percebemos e julgamos interiormente esses mesmos estímulos e acontecimentos. Em verdade, captamos a realidade dos fatos com nossas mais íntimas percepções, desencadeando consequentemente peculiares emoções, que serão as bases de nossas condutas e reações comportamentais no futuro.

Portanto, nossa forma de avaliar e reagir frente anos nossos atos e atitudes frente aos outros, conceituando-os como bons ou maus, é determinada por um sistema de autocensura que se encontra estruturado nos "níveis de consciência" da criatura humana.

Toda e qualquer postura que assumimos na vida se prende á maneira como olhamos o mundo fora e dentro de nós, podendo nos levar a uma sensação íntima de realização ou de frustração, de contentamento ou de culpa, de perdão ou de punição, de acordo com nosso "código moral" modelado na intimidade de nosso psiquismo.

Nosso "julgador interno" foi formado sobre as bases de nossos conceitos acumulados nos tempos passados das vidas incontáveis, como também com os pais atuais, com os ensinamentos de professores, com líderes religiosos, com o médico da família, com as autoridades políticas de expressão, com a sociedade enfim.

Também, de forma sutil e quase inconsciente, no contato com informações, ordens, histórias, superstições, preconceitos e tradições assimilados dos adultos com quem convivemos em longos períodos de nossa vida. Portanto, ele, o julgador interno, nem sempre condiz com a realidade perfeita das coisas.

Essa "consciência crítica" que julga e cataloga nossos feitos, auto censurando ou auto-aprovando, influencia a criatura a agir da mesma maneira que os adultos agiram sobre ela quando criança, punindo-a, quando não se comportava da maneira como aprendeu
ser justa e correta, ou dando toda uma sensação de aprovação e reconforto, quando ela agia dentro das propostas que assimilou como sendo certas e decentes.
A gênese do não-perdão a si mesmo está baseada no tipo de informações e mensagens que acumulamos através das diversas fases de evolução de nossa existência de almas imortais.

Podemos experimentar culpa e condenação, perdão e liberdade de acordo com os nossos valores, crenças, normas e regras vigentes, podendo variar de indivíduo para indivíduo, conforme seu país, sexos, raça, classe social, formação familiar e fé religiosa.
Entendemos assim que, para atingir o autoperdão, é necessário que a criatura reexamine suas crenças profundas, sob a natureza do seu próprio ser, estudando as leis da Vida Maior, bem como as raízes de sua educação da infância atual.

Uma das grandes fontes de auto-agressão vem da busca apressada de uma perfeição absoluta, como se todos devêssemos ser deuses ou deusas de um momento para outro. Aliás, a exigência de perfeição é considerada a pior inimiga da criatura, pois a leva a uma constante hostilidade contra si mesma, exigindo-lhe capacidades e habilidades ainda não adquiridas por ela.

Se padrões muito severos de censura foram estabelecidos por pais perfeccionistas à criança, ou se lhe foi imposto um senso de justiça implacável, entre regulamentos disciplinadores e rígidos, provavelmente ela se tornará um adulto inflexível e irredutível para com os outros e consigo mesmo.

Quando sempre esperamos perfeição em tudo e confrontamos o lado "inadequado" de nossa natureza humana, sentir-nos-emos fatalmente diminuídos e envolvidos por uma aura de fracasso. Não tomar consciência de nossas limitações é como se admitíssemos
que os outros e nós mesmos devêssemos ser oniscientes e todo-poderosos. Afirmam as criaturas: "Recrimino por ter sido tão ingênuo naquela situação..." "Tenho raiva de mim mesmo por ter aceitado tão facilmente aquelas mentiras..."; "Deveria ter previsto estes problemas atuais"; "Não consigo perdoar-me, pois pensei que ele mudaria...".
São maneiras de expressarmos nossa culpa e o não-perdão a nós mesmos – exigências desmedidas atribuídas a pessoas perfeccionistas.

Os viciados em perfeição acham que podem fazer tudo sempre melhor e, portanto, rejeitam quase tudo o que os outros fazem ou fizeram. Não aceitam suas limitações e não enxergam a "perfeição em potencial", que existe dentro deles mesmos, perdendo assim a oportunidade de crescimento pessoal e de desenvolvimento natural, gradativo
e constante, que é a técnica das leis do universo.

A desestima a nós próprios nasce quando nós não nos aceitamos como somos. Somente a auto-aceitação leva a criatura a sentir uma plena segurança frente aos fatos e às ocorrências do seu cotidiano, ainda que os indivíduos a seu redor não a aceitem e nem entendam suas melhores intenções.

O perdão concede a paz de espírito, mas essa concessão nos escapará da alma se estivermos presos ao desejo de dirigir os passos de alguém, não aceitando o seu propósito de viver.

Deveremos compreender que cada um de nós está cumprindo um destino só seu, e que as atividades e modos das outras pessoas ajustam-se somente a elas mesmas. Estabelecer padrões de comportamento e modelos idealizados para os nossos semelhantes é puro desrespeito e incompreensão frente ao mecanismo da evolução espiritual. Admitir e aceitar os outros como eles são nos permite que eles nos admitam e nos aceitem como somos.

Perdoar-nos resulta no amor a nós mesmos - o pré-requisito para alcançarmos a plenitude do "bem-viver".

Perdoar-nos é não importar-nos com o que fomos, pois a renovação está no instante presente e o que importa é como somos agora e quais são as determinações atuais para o nosso progresso espiritual.

Perdoar-nos é conviver com a mais nítida realidade, não se distraindo com as ilusões de que os outros e nós mesmos "deveríamos ser" algo que imaginamos ou fantasiamos.

Perdoar-nos é compreender que os que nos cercam são reflexos de nós mesmos, criações nossas que materializamos com nossos pensamentos e convicções íntimas.

O texto em estudo - "perdoar aos inimigos é pedir perdão a si mesmo" - quer dizer: enquanto nós não nos libertarmos da necessidade de castigar e punir ao próximo, não estaremos recebendo a dádiva da compreensão para o autoperdão.

"... porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve...", como haveremos de criar oportunidades novas para que o "Divino Processo da Vida" nos fecunde a alma com a plenitude do Amor a fim de que possamos perdoar- nos?

Hammed  

O Espiritismo, Jesus e Nós



O Espiritismo é Jesus de volta aos caminhos dos homens para as tarefas de elevação espiritual.
O Espiritismo é ideia – nós somos a ação.
O Espiritismo é roteiro – nós somos a conduta.
O Espiritismo é a escola – nós somos os alunos em aperfeiçoamento.
O Espiritismo é oficina – nós somos os operários.
O Espiritismo é gleba – nós somos o arado.
Nossos sofrimentos são produtos de nós mesmos, consequência da Lei de Causa e Efeito e os perpetuamos pelo imobilismo, pela estagnação, pela inércia, pelo comodismo.
Nós somos algozes e vitimas de nós próprios.
A semente que demora no chão escuro ignora a luz que clareia na superfície.
O trabalhador diligente na seara do Bem conhece as alegrias de servir.
Compete a nós libertarmo-nos das peias que nos trazem escravizados às imperfeições que carregamos de existências pretéritas.
Alicerçados no Evangelho de Jesus e clarificados pela Doutrina Espírita que nos assinala os encargos inadiáveis de nossa regeneração, sejamos profitentes conscientes e responsáveis.
Jesus seja conosco, amados irmãos!
Eurípedes Barsanulfo
(Eurípedes Comunica, 1. ed., p. 73)
                                                        in: Apostila do 19° encontro sobre Eurípedes Barsanulfo
http://euripedesbarsanulfo.net/

domingo, 24 de outubro de 2010

Mensagem sobre a leitura de João 2, 1-12

 
          Doar-se o que tem de melhor. Jesus transformou água em vinho e despertou nos presentes à festa de Caná o sentimento de convicção, fé, através de uma fala simplória.
          Transformar água e vinho em uma festa. O que há de ressignificar? Estar caminhante com passos doridos na vida e ser chamado a compartilhar de alegrias com os amigos, aí se configura a festa. Porém, compartilhar sem segregações, estarem unidos pelo enlace Maior, aquele que celebra o convite.
          A festa é o convite à vida. Todos vocês foram convidados, todos nós somos um dia, e retornamos da Pátria espiritual a beber vinho – simbolicamente o sangue derramado por Jesus. Ao voltar desta Pátria, sem alaridos, trazemos reminiscências, lembranças do caminho sôfrego de antes, de conjecturas internas, acertos e desacertos, luz bendita em tentativa de aprimorar o próprio ser. Isso condiz ao sangue de Jesus, à redenção, ao caminho, à benevolência perante a vida, a fim de espalmar nas vestes do Cristo a lhes pedir o sinal de cura. Trazemos, então, o vinho em carne, em energia vibracional que circunda a cada ser – uma atmosfera banhada em paz e alvor, fulgores da íntima representação da conectividade com o Mestre.
          Quando encarna-se, assemelha-se à água limpa, purificada, um pouco mais tratada em condições de ser fonte geradora para nova caminhada. Esta, é a adequação ao pedido encarnatório, à um futuro corpo pueril carregado de insígnias em seus labores conscienciais, mas quando cessa a transição, Jesus transforma esta água em vinho e, assim, o sangue derramado professa novamente às consciências humanas.
          O que é conscientizar-se perante isto? É irmanar-se, caminhar sem alaridos, sabendo-se compromissados com a Ordem de Jesus, com o bem, na inclusão social a fim de resguardar o bem em si e nos outros, pois que esta transformação nada mais é do que adentrar no próprio compromisso encarnatório. Recobrar em si a mão espalmada às vestes do Cristo em sua tentação, beber da esponja avinagrada que sorveu Jesus. Acicatada em vida, em sabor de inigualável luta pelas compaixões íntimas, tropeços, afazeres, provas. E, embevecidos de vinho na alma e avinagrado líquido na deglutição da vida, somos filhos do Cristo, aceitando partilhar das relutâncias e ascendências proeminentes da caminhada. Isso significa resgatar, reavivar na memória ecos de um passado, vivenciá-lo, transmutá-lo.
          De que tanto falam em relações carmáticas? Nada mais do que a lembrança de odres velhos de vinho em labor a se transformarem em odres novos a fim de não assinalarem a putrefação da luz da vinícula celeste em ti – o resgate da missão com Cristo em ti – o acerto de contas interno – parâmetros arraigados que se salientam, como o líquido pelas frestas do odre em que lhe foi instaurado.
           Bebam com mais docilidade a esponja acicatada do vinagre que deram a Cristo. Lembrem-se foram homens que o tentaram e zombaram de sua magnitude em luz, pois que estarão neste patamar – a zombar e entulhar esponjas aos irmãos e a recebê-las através de embrionários pensamentos teus.
          Recebam-nas de bom agrado, pois que fazem-te ser de luz, trabalham-te o paladar pela absorção do que vem à tua vida. E, assim, celebram, em conjunto, a transformação da água purificada em vinho irradiado pelas mãos do Cristo.
Um amigo.
20 de outubro de 2010