“Não basta querer saber, é necessário viver a nossa crença, isto é, fazer penetrar na prática cotidiana da vida os princípios superiores que adotamos.”
São palavras de Léon Denis que estão registradas no seu livro “O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR”
Não basta crer nem saber – crer e saber, os dois estágios avançados da fé. O crer é o primeiro estágio. O saber é o estágio definitivo em que não apenas acreditamos em algo, em que não apenas temos fé em alguma coisa, mas, sim, sabemos. Temos a certeza por uma experiência pessoal, intransferível.
Sabemos.
Não basta crer nem saber – os dois estágios ainda não são suficientes para que alguém possa estar na plenitude do testemunho cristão.
É mais do que isto, conforme enfatiza Léon Denis – é necessário viver. Viver a nossa crença, fazer penetrar na prática cotidiana da vida os princípios superiores que adotamos. Aí sim, teremos aliado a certeza, o saber, a fé, enfim lúcida, racional com a ação, com a conduta, com a vivência.
Isto, meus filhos, é a condição “sine qua non” de uma Casa Espírita: a parte teórica e a vivência. A vivência como um todo na própria coletividade da Casa e de cada um “per si”.
De cada um daqueles que a constituem, que representam, no plano físico, a diretoria material, representante daquela outra existente no plano espiritual que assessora, orienta, direciona, inspira, sustenta.
Essa vivência, o testemunho de cada dia é realmente a parte decisiva que vai conferir maturidade o grupo, à Casa.
Os alicerces materiais podem já estar estruturados, a Casa Física pode até mesmo já estar construída, acabada, no seu aspecto físico, mas a Casa Espiritual se constrói dia a dia, diuturnamente, nessa vivência que deve ser aquela que o evangelho do Cristo nos aponta e que doutrina espírita revivescer.
Então surgem as dificuldades.
Todos vocês, todos nós, não ignoramos essas dificuldades, nós as conhecemos e sabemos quão difícil é, muitas vezes, vivenciar numa equipe lado a lado e vencer os percalços, as idiossincrasias, as querelas que surgem, que despontam aqui e ali por força das circunstâncias, por força das nossas próprias falhas humanas, dos nossos pontos deficientes, nas arestas que necessitamos burilar.
Portanto, meus filhos, o amor deve ser a base, a estrutura, a argamassa em que se levantam as paredes, tijolo por tijolo no plano espiritual – na argamassa do amor para que cada tijolo que for colocado, assentado, seja realmente representativo desse sentimento.
A tolerância, a compreensão, a solidariedade, o caminhar junto, aprender a ouvir o outro, respeitar, a ética – são expressões do amor, que se manifesta de uma forma ou de outra. E a caridade, a caridade por excelência tudo isso, são expressões que devem existir e caminhar a cada momento, como a fé que existe em nós, esta certeza a se consubstanciar materialmente no dia-a-dia.
Os percalços existem, existirão, surgirão, porém, se houver amor, se houver o sentimento da caridade, o velho sentimento da caridade, saberão vencer, superar e prosseguir.
Estejam certos que Léon Denis está realmente acompanhando, inspirando e orientando essa trajetória que ora se inicia.
É bom assim, meus filhos, que ela se inicie simplesmente, humildemente, o número não importa, a qualidade, o sentimento, as intenções, isto sim, é que conta realmente.
É preferível caminhar agora de uma pequena semente do que tentar começar com algo maior, talvez grandioso para as aparências mundanas mas que repreende apenas uma imagem falsa, numa aparência que se diluiu ao contato das dificuldades que surgem a cada momento.
Começar do começo, começar anonimamente, talvez, para que se projete no futuro, porque o nome de Léon Denis é, por si só, um farol a iluminar as trevas. E a casa que surge com este nome representará o seu patrono no plano físico.
Que vocês possam fazer da melhor forma possível, caminhando com amor, de mãos dadas, com compreensão. Ah, como necessitarão de exercitar tudo isto dia a dia, hora a hora, minuto a minuto. Mas conseguirão, por que já trazem uma folha de serviços e já estão com o Ideal Maior a norteá-los.
Jesus muito espera do bom trabalhador.
São os trabalhadores das horas últimas, são aqueles que vêm e vêm cumprir uma jornada que irá representar talvez mais do que os que iniciaram no alvorecer, porque terão que se desdobrar afanosamente, mas receberão aquilo que lhes cumpre receber.
Jesus muito espera do servo fiel.
Permaneçamos fiéis ao Cristo. Não tenham receio. Caminhem. Caminhem com entusiasmo, com ânimo, de olhos voltados para o futuro, para o amanhã que não tarda, para este sol radioso que lhes ilumina desde agora, como ilumina a todos esses dos grupos, esses núcleos que surgem, que já estão no labor, as Casas que já têm uma folha de serviços de dezenas de anos – e que todos juntos formem no nosso grandioso Movimento Espírita.
Que pode apresentar falhas, sim, e apresenta, mas que na verdade está expressando o Ideal Maior da Doutrina Espírita, aquele que Allan Kardec veio trazer e que hoje se faz nas Terras do Cruzeiro como uma realidade abençoada.
Caminhemos juntos, unidos, com amor, com fraternidade, com tolerância. O mestre está à nossa espera.
Filhos queridos estejam em paz, estejam confiantes e permaneçam unidos .
O amor do Cristo nos constrange.
Que possamos um dia, como Paulo de Tarso, dizer: “Trazemos as marcas do Cristo.”
Que importa, portanto, o mundo lá fora? Jesus sabe e nos conhece.
Que essas marcas possam realmente representarem o nosso distintivo, um emblema do trabalhador fiel, do servo fiel.
Jesus nos abençoe e nos guarde na Sua paz.
Mensagem psicofônica recebida pelo médium Suely Caldas Schubert, na noite de 16/06/1993, por ocasião da solenidade de eleição e posse da Primeira Diretoria do IELD, na cidade de Juiz de Fora – MG, do benfeitor espiritual Eurípedes Barsanulfo.